-Sei disso.Amar é como uma droga.
No começo vem a sensação de euforia,de total entrega.Depois,no dia seguinte,você quer mais.Ainda não se viciou,mas gostou da sensação,e acha que pode mantêm-la sob controle.Pensa na pessoa amada durante dois minutos e esquece por três horas.
" Mas aos poucos ,você se acostuma com aquela pessoa,e passa a depender completamente dela.Então pensa por três horas,e esquece por dois minutos.Se ela não está perto,você experimenta as mesmas sensações que os viciados têm quando não conseguem a droga.Neste momento ,assim como os viciados roubam e se humilham para conseguir o que precisam,você está disposto a fazer qualquer coisa pelo amor."
- Que exemplo horrível-disse ele
Era realmente horrível que na hora não combinava com o vinho,com as casas medievais em torno da pequena praça ou seja o cenário em volta.Mas era verdade.Se ele tinha dado tantos passos em buscar do amor precisava conhecer os riscos.
Então só devemos amar quem podemos ter por perto-concluí.
Ele ficou um longo tempo olhando a névoa.Parecia que não ia mais pedir que navegássemos pelas águas perigosas de uma conversa sobre o amor. "Encerramos o assunto",pensei. A convivência de três dias.Será que Eu quero isto mesmo?
Porque eu já começava a sentir as tempestades que os ventos do amor trazem consigo.Eu já começava a notar um furo na parede da represa.Ficamos um longo tempo bebendo,sem conversar coisas sérias.
Comentamos sobre o vilarejo .
- Você está distraída-disse a certa altura.
Sim,minha mente estava voando.Gostaria de estar ali com alguém que me deixasse o coração em paz,com alguém com quem pudesse viver aquele momento sem medo de perdê-lo no dia seguinte.( Paulo Coelho,Na margem no rio Piedra Eu sentei e Chorei pg 62,adaptações Amanda Gonzaga)
